segunda-feira, 10 de maio de 2010

COMEMORAÇÃO DO DIA DAS MÃES




COMEMORAÇÃO DO DIA DAS MÃES
Eri Paiva

Mais uma vez, estivemos todos envolvidos em que-fazeres diversos em torno do Dia das Mães. Aqui e ali, filhos e pais, mais lá, entidades e organizações, planejando e realizando as devidas homenagens às Mães, nesse dia que lhe é consagrado que é o segundo domingo de Maio.

Para alguns, a data, como todas as demais datas comemorativas, não passa de uma boa razão para a indústria e o comércio faturarem em cima e obterem um lucro extra e bastante significativo. Não devemos nos enganar que vivemos num modo de produção capitalista e que a lógica da produção e do mercado é, de fato, todo o lucro possível. Podemos ou não contribuir, enfaticamente, com esta realidade. Nós é que somos os consumidores. Fazemos nossas escolhas: compramos ou não, nos endividamos ou não, selecionamos e priorizamos o básico ou o supérfluo, nos determinamos ou não a sermos consumidores conscientes.

Suponho alguns outros, questionando-se: por que comemorar? Comemorar o que quando a realidade de parcela significativa das mães e suas famílias é de pobreza extrema, de vulnerabilidade, de exclusão social... Para estes não há condições... não há o que comemorar.

Aos que se apegam a idéia de que comemoração só é possível com banquetes, com muita despesa, com presentes, muitas vezes caros, com almoços e pratos sofisticados, com refrigerantes e bebidas alcoólicas, na verdade está digerindo, bem direitinho, a sugestão e a proposta do modo de produção social vigente que, não é outra senão a de valorizar o Ter em detrimento do Ser. Classes abastadas comemoram assim. São os aliados do sistema, fazem dinheiro no sistema e gastam no sistema. Seguir o modela, defender o modelo é ver mais pobreza, mas exclusão, mais miséria...

Há tantas formas possíveis, maravilhosas e criativas para qualquer tipo de comemoração a um custo reduzido. Para as mães, não poderia deixar também de existir. Carinho, gratidão, reconhecimento, amor podem ser dispensados, dados, doados, entregues às nossas mães ou a alguma família carente com nenhum custo adicional ou com pouquíssimo custo. No fundo, no fundo, se perguntarmos à uma mãe o que ela gostaria de ganhar de um filho, a sua resposta virá do coração e não da loja, do comércio.

Coração também pensa!
Os que pensam com o coração, trazem-no sempre aberto, cheio de amor, de compreensão, de abnegação, de renúncia... Um presente, mesmo de boa utilidade, pode não estar impregnado de amor mas de orgulho, vaidade ou desencargo de consciência... Temos todos tantos talentos e habilidades! Tu que me lês, neste momento, certamente também os tem. Consumidor consciente que desejo sejas, imagino ter comprado o mínimo e com ele ter produzido o máximo. Entendo que o presente material não deve ser o carro-chefe de uma homenagem ou comemoração. Se alguém insistir que é, respeito, mas sugiro que ponha muito amor dentro dele... porque quando damos algo, devemos nos dar por inteiro.


Em 10. 05. 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário