sábado, 28 de junho de 2014

RENÚNCIA

 
 
 
 
RENÚNCIA
Eri Paiva

Rastreaste-me, dias seguidos, mundo afora,
Resoluto, nesta busca, afim de me encontrar!
Reticente,  te aceitei e naquela tão feliz hora,
Ressuscitei momentos  de nosso antigo amar!

Razão porém, dizes ter e renuncias meu amor,
Resistes, sofrendo, ao meu carinho e afeição,
Retiro-me de tua vida, enquanto imensa dor,
Rói silenciosamente o meu já sofrido coração.

Rio, para não chorar; canto,  para não gemer,
Rezo para me acalmar pedindo forças a Deus;
Relembrar não quero, o que quis sem poder ter,
Relevo tudo ocultando os sentimentos meus...

Risco do meu coração, qualquer esperança,
Reinventando a vida, outra vez mais... sem ti.
Róseas manhãs alcançarei! Nessa confiança,
Refaço minha busca de voltar a ser feliz!

Natal/RN


NÃO ME OLHES COM DESDÉM

 
 
NÃO ME OLHES COM DESDÉM
Eri Paiva
 
Teus olhos brilhavam intensamente
Quando, com carinho, fitavam os meus.
Como era linda a luz dos olhos teus,
Me falando de ti, me falando de Deus!
 
Já não tenho dos teus olhos, o fulgor,
Que me enfeitiçava, apaixonadamente,
Fazendo os meus marejarem de amor,
Num linguajar mudo, silenciosamente.
 
Hoje, por mim passas nem me olhas mais,
Desfilas, com outra, feliz, qual bom rapaz,
Olhos nela presos, como me eram também.
 
Não precisas desviar de mim os olhos teus
Siga em paz com teu amor, mas por Deus
E por favor,  não me olhes com desdém...
 
Natal/RN - Em 28. 04. 2014
 

NA IDADE EM QUE ESTOU AGORA

 
 
 
 
 
NA IDADE EM QUE ESTOU
Eri Paiva
 
Na idade em que estou agora,
Algumas coisas queria esquecer.
Dentre elas, minha idade agora
E o dia que reencontrei você.
 
Se nesta idade consegui chegar
E reencontrar-te o destino ousou
É que eu tinha que experimentar
Mais esta nova e abençoada dor.
 
Porque a dor, longe de ser um mal,
Desmonta a vida como um sinal
De que mudanças há que se fazer...
 
Todo destino tem o dedo de Deus,
Vou alterar, na vida, os planos meus,
Deixar-te em paz e  não mais sofrer!
 
Natal/RN - Em 29. 04. 2014
 


ASSIM FALA O MEU CORAÇÃO

 
 
 
 
 
 
ASSIM FALA O MEU CORAÇÃO
Eri Paiva

Sem resquícios de medo
Eu busco o amor que se foi,
Que perdi, que amei em segredo...
Um amor que tanto bem me fez
Que ao ir-se nunca mais me achei.

Sigo sem nenhum temor.
Levo em mim esperança tamanha
De que te encontrarei meu amor.
Se tu não voltares... vou enfim
Viver sempre perdida de mim.

Se eu me acho tu te achas também,
Um p'ro outro é que fomos feitos
Eu te amei como a mais ninguém!
Não temas represálias, nem convenção,
Assim, fala o meu coração.

Natal/RN - Em 08. 05. 2014


AQUELA LÁGRIMA

 
 
 
 
 
AQUELA LÁGRIMA
Eri Paiva

Ela, aquela lágrima, nasceu
Com teu adeus!
Rolou, em minha face, tão lentamente,
Quanto lenta foi a minha descrença
De não mais seres tu, somente,
Tão somente,  meu!

E, naquele momento, eu lembrei
De tantas outras, de felicidade
De alegria vividas, que derramei...
E aí, de fato, chorei!
Mas enxuguei, sequei!

Aquela lágrima, porém, meu bem,
A que nasceu do teu adeus,
Não se dissolveu!
Continua passeando
Nos olhos meus!

Natal/RN -  Em 05. 07. 2013


MINHA RUA




MINHA RUA
Eri Paiva

Minha rua que bem me lembro,
Alegre, de esquina a esquina,
Cobria de janeiro a dezembro,
Os meus folguedos de menina!

Viu-me adolescente ficar,
Sonhar, suspirar, sofrer
Amizades ganhar, conquistar,
Segredos de amor esconder!

Nas calçadas da minha rua
Sentavam a namorar os casais;
Em noite estrelada e de lua
O amor rendia mais...

Dos amores que tive um dia, 
Um me marcou por mais tempo.
Vez por outra, sua ousadia,
Cutuca o meu pensamento!

Esse meu primeiro amor,
Que na minha rua nasceu
Como todo botão em flor,
Lá cresceu, perfumou, morreu!

Natal/RN - Em 27. 02. 2012