quarta-feira, 12 de maio de 2010

A CHUVA ME ENCANTA



Já era tarde a noite e quando o sono se preparava para me pegar, a chuva bate forte lá fora, pipocando nos telhados, fazendo sua festa em plena madrugada. Não resisti!
Dificilmente eu resisto ao convite da chuva. Ponho os chinelos nos pés e me posto na janela da cozinha e fico ali... namorando a chuva que caía qual um véu por entre o claro das luzes e por sobre os magestosos eucaliptos.

E eu fico assim... olho para o mais alto que meus olhos alcançam como se quisesse buscar qual pedaço de nuvem está a chorar ou, quem sabe, a partilhar o seu rio de lágrimas... e olho para baixo, o mais que posso, como se a querer saber que buraquinho na terra está a beber ou que montinho de grama está a se refrescar. Onde a chuva cai, quero saber.

Esgueiro-me por sobre a janela e meu olhar tudo percorre, as plantas, os matinhos, a terra, as calçadas, as ruas e me ponho feliz a sorrir, um sinal claro de que já não só vejo, mas em mim tudo é sentir.

A chuva me encanta, me fascina. Penetra fundo o meu ser, minhas entranhas, me produz
coisas lindas e estranhas, me revigora, me anima. Sinto a molhar-me por dentro, a refrescar-me o corpo, a limpar-me a alma e neste feliz ante-goso, volto prá cama e adormeço leve e calma.





CHORANDO NA CHUVA

Eri Paiva


Chove e com a chuva vou chorando,
À margem da estrada onde me deixaste.
Tenho em meu peito a dor mais doída,
Desde o momento da tua partida...

Láagrimas me embaçam os olhos
Qual se fora um branco e tênue véu
E se diluem na chuva que silenciosa,
Constante e teimosa, cai do céu!

Indiferente ao meu pranto ela se cola
No meu corpo já todo enregelado...
Quanto mais choro mais ela me molha!

Olho a estrada até onde a vista alcança
Enquanto minh'alma alimenta a esperança
De ter-te novamente ao meu lado!


Em 11. 05. 2010






CHOVE CHUVA
Eri Paiva

A chuva que ora cai
Torrencialmente lá fora
Cai também cá dentro d´alma
Que por ti ainda chora
É uma noite tão fria
E eu aqui só querendo
Teus braços para esquentar
Um coração que sofrendo
Pode sem ti congelar

Em 25.03.2008

terça-feira, 11 de maio de 2010

ENAMOREI-ME




ENAMOREI-ME
Eri Paiva

Quando te conheci e de ti me enamorei,
Foi da minha vida o meu dia mais feliz!
Qual anjo fosses de repente me encantei,
Ainda te quero como sempre eu te quis!

Enamorei-me sim e comigo ainda trago
Toda a beleza que foi o nosso começar...
Tanta cumplicidade em carinho e afago,
Tanto desejo de um ao outro se entregar!

Enamorada sou pelo ser especial que és!
Vou amar-te com o amor da maturidade,
Num tempo sempre que se diz eternidade!

Eu quero estar contigo bem além de aqui,
Gozar tua presença sem este ilusório véu,
E fazer de nossas vidas o nosso novo céu!

Em 31.05.2009


****

Poesia Participante da Ciranda
Comemorativa ao Dia dos Namorados
12 de junho de 2009
idealizada pela Poetisa Naida Terra e
publicada no site
http://www.tekanascimento.net

Poesia Participante da Ciranda
AMOR ETERNO
Publicada no site do Poeta Elio Mollo
Na condição de Quinteto
http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/

Poesia Participante da Ciranda
QUE DURE PELA ETERNIDADE
Publicada no site do Poeta Elio Mollo
na condição de Dueto
http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/



AMOR E DEDICAÇÃO
Eri Paiva

Quero poder estar sempre contigo
E com tuas alegrias me rejubilar!
Nos momentos sombrios, de perigo
Vou estar junto para mais te amar!

Se é por amor que contigo estou
Saiba que assim é em qualquer lugar;
Nas procelas da vida o teu porto sou,
Tens os meus braços para aportar!

Navegas fundo os meus sentimentos
A qualquer hora, a qualquer momento.
Serei para ti sempre alma e coração!

Enquanto a vida assim me permitir,
Feliz serei de poder devotar a ti
Todo meu amor e minha dedicação!

Em 11. 05. 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A POESIA COMO FORMA DE HOMENAGEAR AS MÃES





As diferentes habilidades e talentos associadas à necessidade de maior proximidade, aconchego e intimidade com nossas mães, permitem às familias, os filhos em grupo ou individualmente planejar os mais variados modos de prestar homenagem à pessoa mais querida de nossas vidas que é nossa Mãe.

Há quem faça um lauto almoço, regado a vinho; um pic-nic ao ar livre, um momento no mar beliscando e bebericando numa barraquinha de palha á beira da praia; há quem faça serenata para a mãe, nossa, que chic! Outros ainda mandam mensagens em uma cesta de chá ou de café da manhã; há aqueles que fazem orações, visitam um templo, mandam celebrar uma missa e há também os que escrevem canções ou poemas tirados lá do fundo do coração...

A minha Mãe não estava aqui no Dia das Mães. Ela partiu já faz algum tempo. Mas,no dia dedicado às Mães, de manhã cedo, sentada à beira da minha cama, fiz as minhas orações por minha Mãe, de forma mais demorada e por todas as mães do meu Brasil. E para ela e todas em geral tenho dedicado um pouco do que gosto muito de fazer: escrever poesias. A poesia é um dos mais bonitos jeitos de se dizer o que nos vai na alma e como ela se sente diante das situações de sucesso,de perda, de desafios ou ainda como nossa alma vagueia no mundo da imaginação, dos desejos, da contemplação, da saudade... do amor!...


Apreciem algumas das minhas produções poéticas marcadas pelo sentimento filial, maternal, oscilando entre a saudade e a exaltação.





À MINHA MÃE
Eri Paiva

Eu te escolhi
E tu me acolheste.
Por nove meses,
Em teu ventre,
Moradia eu fiz.
.
Vim à luz
E, sob o mesmo teto,
Nas asas da tua proteção,
Sob os teus cuidados
E carinho materno,
Eu cresci, amadureci.

Alcei vôo
Da tua companhia.
Família constitui
E, só então, compreendi,
Em profundidade,
A beleza da maternidade
Quando lindos netos te dei.
Com a mesma tua responsabilidade,
Os filhos criei.

A certa altura,
Então sob os nossos cuidados
De filhos desvelados e tão amados
E, na mesma medida do teu carinho,
Quando o tempo te fez envelhecer
Tuas forças enfraquecer,
Cuidamos de ti,
Até que, lentamente,
Te chega o ocaso, de presente.

E alças vôo...
Aqui deixando um velho coração
Que, se muito amou,
Também muito sofreu
E, está aí, o teu mérito,
Junto a Deus.

Saudades, mamãe!
Grande saudade
Que um dia se esvai!
Nosso encontro está marcado
Na eternidade!



Dedicado à minha Mãe Enedina de Oliveira Paiva
Em 10.05.2008 – Dia das Mães
Natal/RN/Brasil

Publicado em:
http://www.corujando.com.br/poemas_poesias/jul_2008/mae_ausente.htm






MAIS UM DIA...
Dedicado à minha Mãe Enedina Paiva)

Eri Paiva

Se Deus me pudesse dar
Um dia, só mais um dia,
De tua presença maternal,
No teu colo, mãe, eu deitaria
E tanto carinho te daria
Como nunca te dei igual!

Se um novo dia eu tivesse
Eu aproveitava toda hora!...
Cantaria aquela tua canção,
Pedia a Nossa Senhora
Para te acudir sem demora
Se te doesse o coração.

Faria teus gostos, mamãe,
Com todo amor e presteza!
Iria, outra vez, te levar
A ver do mar, sua grandeza,
Colher flores, cuja beleza
Ornamentariam teu altar.

Antes de terminar nosso tempo,
Afagaria teus brancos cabelos,
Até o teu sono chegar...
Sob teus cuidados e desvelos
Te entregaria meus segredos
Para teu coração, mãe, guardar!

Hoje, aqui, é Dia das Mães!
Neste momento se me aflora
Desejo de te abraçar, te beijar...
Onde estiveres esta hora,
Abençoa-me, mamãe, agora
E até nosso encontro se dar!...

Natal/RN
Em 10.05.2009
Dia das Mães

Publicada no site do Poeta Elio Mollo
http://aeradoespirito.sites.uol.com.br






BENDITO FRUTO DO TEU VENTRE
Eri Paiva

No teu ventre macio, palpita
Uma nova Vida em gestação!
Coração se faz pleno de emoção,
Alma de prazer se rejubila,
Tudo em ti é comunhão!

O milagre da vida te faz Mãe,
Participante do mistério do Criador
Que sendo Tudo, em ti é e te faz
Bondade, Compaixão e Amor,
Abnegação, Ternura e Paz!

Ave, ó Mulher-Mãe! Bendita sejas!
Pela beleza da maternidade, agraciada,
Todo o teu ser acolhe a vida
Que em ti pulsa e lateja,
De forma lenta, tranquila, cadenciada!

Teu corpo é o relicário perfeito
Que, amoroso, se molda e de tal jeito
Para nutrir e manter a pequenina semente
Que a luz há de ver crescer e florir;!
Mãe! Bendito seja o fruto do teu ventre!

Em 09. 05. 2010

COMEMORAÇÃO DO DIA DAS MÃES




COMEMORAÇÃO DO DIA DAS MÃES
Eri Paiva

Mais uma vez, estivemos todos envolvidos em que-fazeres diversos em torno do Dia das Mães. Aqui e ali, filhos e pais, mais lá, entidades e organizações, planejando e realizando as devidas homenagens às Mães, nesse dia que lhe é consagrado que é o segundo domingo de Maio.

Para alguns, a data, como todas as demais datas comemorativas, não passa de uma boa razão para a indústria e o comércio faturarem em cima e obterem um lucro extra e bastante significativo. Não devemos nos enganar que vivemos num modo de produção capitalista e que a lógica da produção e do mercado é, de fato, todo o lucro possível. Podemos ou não contribuir, enfaticamente, com esta realidade. Nós é que somos os consumidores. Fazemos nossas escolhas: compramos ou não, nos endividamos ou não, selecionamos e priorizamos o básico ou o supérfluo, nos determinamos ou não a sermos consumidores conscientes.

Suponho alguns outros, questionando-se: por que comemorar? Comemorar o que quando a realidade de parcela significativa das mães e suas famílias é de pobreza extrema, de vulnerabilidade, de exclusão social... Para estes não há condições... não há o que comemorar.

Aos que se apegam a idéia de que comemoração só é possível com banquetes, com muita despesa, com presentes, muitas vezes caros, com almoços e pratos sofisticados, com refrigerantes e bebidas alcoólicas, na verdade está digerindo, bem direitinho, a sugestão e a proposta do modo de produção social vigente que, não é outra senão a de valorizar o Ter em detrimento do Ser. Classes abastadas comemoram assim. São os aliados do sistema, fazem dinheiro no sistema e gastam no sistema. Seguir o modela, defender o modelo é ver mais pobreza, mas exclusão, mais miséria...

Há tantas formas possíveis, maravilhosas e criativas para qualquer tipo de comemoração a um custo reduzido. Para as mães, não poderia deixar também de existir. Carinho, gratidão, reconhecimento, amor podem ser dispensados, dados, doados, entregues às nossas mães ou a alguma família carente com nenhum custo adicional ou com pouquíssimo custo. No fundo, no fundo, se perguntarmos à uma mãe o que ela gostaria de ganhar de um filho, a sua resposta virá do coração e não da loja, do comércio.

Coração também pensa!
Os que pensam com o coração, trazem-no sempre aberto, cheio de amor, de compreensão, de abnegação, de renúncia... Um presente, mesmo de boa utilidade, pode não estar impregnado de amor mas de orgulho, vaidade ou desencargo de consciência... Temos todos tantos talentos e habilidades! Tu que me lês, neste momento, certamente também os tem. Consumidor consciente que desejo sejas, imagino ter comprado o mínimo e com ele ter produzido o máximo. Entendo que o presente material não deve ser o carro-chefe de uma homenagem ou comemoração. Se alguém insistir que é, respeito, mas sugiro que ponha muito amor dentro dele... porque quando damos algo, devemos nos dar por inteiro.


Em 10. 05. 2010