domingo, 26 de maio de 2019

A BORBOLETA MARROM







A BORBOLETA MARROM
Eri Paiva

Era uma noite de fé, na Igreja da Matriz
Quando sobrevoou o altar, uma Borboleta Marrom
Que me parecia feliz. Mas, cansada de sua valsa,
Veio pousar de mansinho, na barra da minha calça.

Como se cola tivesse, no seu corpo delicado
Nada houve que fizesse, voar e sair do meu lado.

Na hora do abraço da paz, muita gente abracei
E a cada movimento, eu sempre prá baixo olhei 
A ver se ali ainda estava, na barra da minha calça,
 A Borboleta Marrom por quem tanto me encantei.
Qual o que?! Estava sim!!! E muito me admirei! 

Terminada a cerimônia andei com os devidos cuidados
Na praça onde os namorados, trocavam beijos de amor.
Na sessão de artesanato comprei um colar bronzeado
Me enfeitei como uma flor. Para me deixar beijar, 
Eu tinha que merecer aquela visita encantada
Porque aquele momento, era um momento de amor!

Às pessoas ao olhá-la  eu pedia com carinho:
Não a espante, deixe-a aqui. Ela continúa assim
Quietinha, sempre quietinha porque precisa de mim!

Tomei o destino de volta para a minha cidade Natal
E no assento à direita, no carro, fiquei à espreita
Para nada perturbá-la ou que lhe fizesse algum mal.
Quebrei um pouco do vento que entrava forte e veloz
E me desliguei de tudo. Ficamos nós duas, a sós...

Tomei a perna direita e por sobre a esquerda cruzei
Olhando-a na barra da calça, em silêncio me postei.
Por que ela não se mexia? Por que dali não saia?
Pensava com meus botões... Já não bate de contente
Suas asinhas macias. Quem sabe está sem forças...
Quem sabe está lhe faltando, um pouco mais de energia?!

Sem mais delongas lhe fiz a imposição das mãos!
Curvadas iguais duas conchas, em forma de proteção,
Começaram a emanar calor, um doce calor sem igual,
O sinal de que sobre ela fluía a Energia Universal.

O tempo se passava e nenhum movimento aparente
Quando já querendo desistir e cansada da posição,
À altura de uns 15 minutos a Borboleta se foi.
Bateu asas animada e voou tão velozmente
Sem que eu me desse conta e atinasse a direção!

Nessa feliz convivência de algumas horas apenas
Com um ser tão pequenino e indefeso até então
Eu posso te afirmar qual o destino das mãos:
Abençoar e curar, transmitir vida e animar,
Sempre escutando e seguindo o que fala o coração!

Boa Saúde/RN/Brasil
Em 29. 02. 2008


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